segunda-feira, novembro 10, 2008

AMIGOS

Desci as escadas vinda, mais uma vez, de casa do Mário. Passei à minha porta e ouvi o cão ladrar mas segui caminho. Apetecia-me um café a sério ( o Mário continuava a servir café de cafeteira). Não fiquei muito tempo. Sentia-me inquieta. Há algum tempo que andava assim... Voltei a casa, peguei numa garrafa de água e voltei a sair com o cão atrás. Fui até ao jardim das traseiras e estendi-me no balancim. Estava calor. Fechei os olhos... Desde que o Mário se mudara para o prédio havíamo-nos tornados inseparáveis. Passávamos horas a conversar. Aos poucos fomos descobrindo que, apesar da diferença de idades, tínhamos imensas coisas em comum. Éramos amigos embora, por vezes, tenhamos tido a tentação de ir mais longe. Havia algo que me impedia de prosseguir. Custava-lhe entender(acho que a mim também). Talvez tivesse medo de perder aquela amizade, que ao encetar um outro caminho esse não tivesse retorno. Sabia que não queria perder aquele amigo, isso, eu sabia...

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