sábado, abril 30, 2005

3º esquerdo <> qualquer esquerdo

Gostaria de alugar o 3º esquerdo, se estivesse livre. Gostei da salamandra que me poderia aquecer nas noites em que as gaivotas ficam em terra. Já está ocupado. Ficarei noutro esquerdo qualquer, desde que esquerdo, manias de quem enfrenta a morte em dias de tempestade. Nasci no Atlântico, para lá de qualquer margem. A minha Mãe pariu-me enquanto o meu Pai militava. Nasci no mar e no mar hei-de morrer, está escrito nas ondas. Deveria ter ambicionado ser Almirante, mas decidi apenas deixar-me balouçar na vaga. A vela é prata onde o sol bate, e eu sou ferro que nunca quer ancorar. O meu nome, o vento levou-o quando o mar me prendeu a alma. Podem chamar-me Estrela do Mar. Se por aqui me quiserem, as artes do amor líquido vos contarei.

sexta-feira, abril 29, 2005

Paula, a do 2º Dto

Mudei-me hoje. De impulso, sem saber bem no que me estou a meter... Mas esta casa era minha mesmo sem eu o saber. Pertence-me. Como me pertencem, as dores, as mágoas...
É verdade. Chamo-me Paula. Tenho 24 anos. no corpo. 80 na alma.
Se sou duas pessoas numa?? Às vezes penso que sim. Sim. Talvez seja isso.
A certeza que tenho é que vivo duas vidas. Tenho dois mundos.
Trabalho numa creche de manhã. Adoro crianças sempre adorei. À noite vou para trás de um balcão "aviar copos". Às vezes quando falta alguém ou quando preciso de mais dinheiro, troco o balcão pelo palco, as garrafas pelo poste e faço o que me pedem.
Tenho um namorado que mora longe e, não sei bem como, dei conta à pouco tempo que me tornei amante de um homem. Não era para ser assim.... não foi coisa que tivesse planeado. É que ás vezes a vida apanha-nos de surpresa...
Não é uma vida dupla.... são duas vidas numa.
De manhã um sorriso, à noite lágrimas.
De manhã santa, à noite pecadora.

Mudei-me hoje... a minha porta estará sempre aberta. Querendo apareçam para uma visita

Paula

O André e o Benjamim

Fui bater à porta da portaria.
"- Senhor Porteiro, ando à procura de casa, para mim e para o meu gato, o Benjamim.
Tenho-o aqui na mochila, pode ver que é um bom gato. Não se preocupe como o olha, tem a mania que percebe de hipnose, um disparate!"
Tentei fixar o rosto no do senhor Porteiro para na sua expressão tentar avaliar as minhas hipóteses de ali alugar um apartamento.
"- Não tenho muito dinheiro, um apartamento barato é a única coisa a que posso ambicionar, acha que se arranja?"
O Benjamim olhou-me com um ar reprovador, lá íamos para uma casa minúscula.
Reparei num cheiro a perfume de mulher no hall de entrada e pela cara que fazia o Benjamim detectara o cheiro de um cão.
Agora bastava-me esperar pela resposta.

Madalena,a rapariga do2ºA

Sentada junto ao peitoril da minha janela,observo o mundo lá fora com uma leve tristeza no olhar.Um rude sentimento de melancolia apodera-se do meu peito,fazendo-me soltar um longo,grave suspiro de desilusão,de trsiteza,um suspiro por todo o ressentimento e mágoa guardados no coração.A verdade é que esta terra,este mundo,não me pertence;ele não é meu,e não reconheço as janelas de vidro nem as portas de carvalho deste prédio que agora habito.Os meus pais(porque é que nas histórias de adolescentes são sempre os pais os culpados de tudo?)convenceram-me a vir para aqui(OK,não me convenceram completamente...)argumentando com todas as razões do mundo:«arranjarás novos amigos,temos mais espaço na casa nova,vais ver que vais gostar do sítio,o bebé vai poder ter um quarto só para ele...».E eu,tola como sou,concordei em segui-los,por razão nenhuma.
Como podem ter percebido pelo parágrafo anterior,a causa desta mudança é a chegada de um novo elemento à nossa família.A minha mãe descobriu que estava grávida à sete meses atrás.A partir daí,tem sido uma confusão sem fim:comprar carrinhos e brinquedos para o rebento que aí vem,resgatar da grande arca de família as nossas(minhas e da minha irmã Liliana)roupas de quando erámos bebés,arranjar o quarto para a criança...Esta é uma rotina que,confesso,não me desagrada totalmente.Ver a mãe a pegar em calças em miniatura e camisolas do tamanho de um punho,peças que antigamente eram minhas ou da Liliana e que fazem parte dos grandes tesouros da família,encostando a roupa ao peito com um leve suspiro,é algo que me enche de ternura e de afecto.Antes,quando vivíamos num pequeno estúdio mesmo no centro de Lisboa,a vida era mais simples e mais colorida,mas também menosdoce e mais severa.
Isto de ter de partilhar brinquedos e afectos e tudo o mais não é propriamente novidade para mim.Tenho uma irmã mais velha,chamada Liliana,que faz dezoito anos em Setembro.Eu e ela somos as maiores amigas,e as maiores inimgas também.Partilhamos o quarto,partilhando também os segredos,os sonhos,as angústias,os medos.É por isso que me sinto extremamente próxima dela,de um modo que por vezes se torna angustiante.É como se eu a sentisse respirar,mesmo quando estamos separadas.Os segredos dela estão sempre presentes em mim e isso é algo impossível de ignorar.Temos idades e feitios diferentes e aquilo que eu considero correcto muitas vezes é visto por ela como o maior crime jamais cometido.Isto leva a que tenhamos as nossas disputas e as nossas discussões.Mas,no final do dia,nunca me deito sem receber dela um abraço de boa noite e sem ter a certeza de que tudo está bem.
A verdade é que,mesmo não sentindo nenhuma espécie de afeição por este prédio,já tive oportunidade de observar alguns dos outros inquilinos.Parecem-me pessoas genuinamente boas e estou certa de que não será difícil conviver com eles.E sinto que passarei neste local alguns dos melhores momentos da minha vida,senão mesmo os melhores de todos.

quinta-feira, abril 28, 2005

A velha professora das traseiras do último andar

Ora, quantos anos vão? Não sei. Sei que quando cá cheguei o prédio cheirava a novo. Quantos anos? Que interessa isso? Já vivi tanto aqui…
Lembro-me bem do dia das mudanças. Era ainda uma mulher cheia de força. Depois de ter ensinado escola na província, vinha enfim para a cidade grande. Dá para imaginar a vontade que eu tinha de começar uma vida nova. Naquele dia, chegavam outras pessoas, cheias de sonhos, como eu… quantas já morreram, quantas vidas novas vieram ocupar os seus lugares.
O porteiro quase não tinha mãos a medir. E eu só lhe vinha dar mais trabalhos. Uma mulher só, com cinco ou seis caixotes de madeira, a abarrotar de livros… as outras malas, consegui pô-las lá em cima sozinha, mas para essas, só mesmo com mão de homem.
Enfim, lá trepámos com todas as coisas escadas acima (naquele tempo…), e instalei-me no último andar, aqui nas traseiras. Antes via o descampado, onde brincavam os filhos do casal do 2º esquerdo e daqueles senhores simpáticos do 6º direito. Agora, os miúdos já são médicos, professores… e da minha janela só vejo mais um prédio, e o restinho de céu que ele não ocupou.
A minha vida aqui na cidade não foi nunca o que eu esperava. O noivo que me tinham prometido, e que mal conheci, saiu do país quando a revolução explodiu. Nunca mais o vi… e achei que os homens, definitivamente, não valiam a pena.
Assim, cá estou, sozinha desde sempre, agora sem crianças à minha volta… entretenho-me por casa, no meu crochet, nos meus discos ( as canções revolucionárias que me afastaram o marido têm sido a minha companhia), e com os meus gatos…
Logo que cheguei, gostei do meu cantinho. Pequeno, sempre foi acolhedor o suficiente para mim e para os bichanos que acolhi por aí. Não incomodam os outros inquilinos, tenho uma velha marquise reservada para eles, e o terraço para se estenderem ao sol.
Uma vez por semana, cumpro religiosamente o meu ritual. Desço à rua e procuro… nos jardins, nos becos, alguns pendurados nos caixotes do lixo, ou à cata de comida nos passeios, há sempre um deles que abdica da sua altivez. É esse, o que vem ter comigo de livre vontade, que eu junto à grande família da marquise. Amanhã volta a ser dia da minha volta… talvez convide alguma das jovens que se têm mudado para cá nos últimos tempos. É que, sabem, a idade vai pesando…
Hoje os meus achaques fazem latejar uma das minhas pernas. Não sei o que fazer, um dia que não possa fazer as minhas coisas, mas não queria deixar o meu cantinho…
Acho que vou levar o jantar aos meus pequenos, já andam por aqui, de volta do sofá, impacientes. Depois tomo o meu chá… pode ser que a água quente sossegue a minha perna, durante o sono.

terça-feira, abril 26, 2005

Comunicado aos inquilinos

Bom dia a todos

Antes de qualquer coisa, quero desde já dar as boas vindas aos novos inquilinos deste prédio.O que em seguida passo a dizer são apenas algumas regrazitas que temos de cumprir. Ora bem, todos os meses faremos uma pequena reunião , onde se irão discutir os problemas do prédio, e onde se irão propor as soluções e algumas sugestões para o benefício de todos. Essa reunião ainda não têm um dia marcado, mas não se preocupem que serão convinientemente informados da mesma. Ora bem, como não podemos falar todos ao mesmo tempo senão não nos ouvimos, tomo a liberdade de fazer uso da palavra.

Ponto 1

Os novos inquilinos que forem chegando, devem ter o cuidado de não ocuparem espaços que já estão ocupados.

Ponto 2

Os inquilinos devem ter em conta a existência uns dos outros,(desta forma não se repetem personagens ou não se criam personagens que coloquem em causa a existÊncia das outras ou seja se já existe um porteiro não podem existir dois, ou se já existe uma mulher da limpeza com uma filha, não se passa de repente a ter uma mulher da limpeza com um filho. Não estamos nas novelas da tvi)

Ponto 3

Será complicado para todos, se escrevermos todos os dias, já que depois acabamos por não nos conseguirmos ler uns aos outros, logo, desde já pedia que após um inquilino ter escrito, se esperasse dois dias para escrever novo texto. Óbvio que isto pode ser levado a discussão se assim o entenderem. Os inquilinos que estão para chegar(aqueles que já me visitaram na portaria), já estão informados dos dias para colocarem os seus textos.) Este ponto está aberto a sugestões de forma a encontrarmos uma melhor solução entre todos.

Ponto 4

Continuam em aberto vários espaços para serem ocupados.


Ponto 5

Podem trazer animais, no entanto, nada de dejectos à porta do prédio, ou nas escadas do mesmo.

Ponto 6

Além do porteiro, será nomeado um zelador da confiança do porteiro. Poderá ainda ser criada uma comissão de moradores, mas creio que esse será um ponto a discutir na primeira reunião

Ponto 7

O barulho. A partir da meia noite façam o menor ruido possível( não liguem, o porteiro ficou um pouco surdo depois de ser apanhado num rembentamento de bomba no ultramar)

Ponto 8

A portaria está sempre aberta.(via email, ou directa através do blog)

Ora bem meus senhores e senhoras, creio que estas pequenas regras, irão contribuir para uma boa convivência aqui no prédio sem quaisquer problemas de maior.

O meu obrigado pela vossa atenção


O porteiro

sexta-feira, abril 22, 2005

A vizinha de cima (último andar direito frente)

Abri a porta e entrei na minha nova casa. Consegui o último andar neste prédio aconchegante, e não podia estar melhor localizada! Tenho uma óptima vista e não tenho ninguém em cima que me possa incomodar enquanto escrevo. É um local acolhedor, dá-me uma certa paz… Um óptimo local para recomeçar a minha vida! A vizinhança pareceu-me simpática. Gostei do sorriso da pequenita do rés-do-chão, da hospitalidade do porteiro, da ternura do casal do lado… É, acho que vou gostar deste sítio! Agora é melhor começar a tirar as coisas das caixas porque, se bem me conheço, vou levar meses até o terminar! Só de pensar no trabalho que me vai dar fiquei esfomeada! Lá terei que ir ás compras e encher o frigorífico. À saída do prédio revejo o porteiro e saúdo-o com um sorriso rápido. De regresso das compras, pego no gelado que comprei e numa colher, ligo a música e sento-me no sofá a descansar. Começam a surgir os acordes de Breath In – Frou Frou e o meu pensamento começa a voar para bem longe… O trabalho ficará para depois!
A minha vida continua uma confusão… Talvez agora as coisas comecem a melhorar! Estou mais perto da faculdade, dos amigos, e mais longe dele… Manter a cabeça ocupada vai fazer-me bem! E sempre vou ter pessoas novas para conhecer, caras novas todos os dias, pelo menos por enquanto… E depois… Depois logo se vê! Sim, vou dar um passo de cada vez, resolver um problema somente depois de ter resolvido outro, sem pressas, nem pressões…
Pelo menos sei que o meu vizinho tem bom gosto musical, pode ser que hoje lhe bata à porta e me apresente… Pode ser que comece hoje a mudar a minha vida…

quinta-feira, abril 21, 2005

A inquilina do 5º C

Olá bom dia
Eu sou a Maria, tenho 31 anos e vivo no 5º C, ainda não me cruzei com ninguém no prédio a não ser com a senhora que faz a limpeza das escadas mais a sua filha de cinco anos...talvez pelo meu horário de movimentação...passo quase todo o tempo em casa, saio ao inicio da tarde quando tenho algum tempo livre entre as marcações...aproveito para beber um café forte e fazer as compras das minhas necessidades, uma vez por semana vou ali ao salão fazer as mãos, os pés, arranjar o cabelo e tirar o buço...a depilação...essa faço-a em casa, porque gosto de fazer coisas especiais...na verdade nem sou eu que gosto, mas os clientes agradam-lhes esta minha ousadia...sim sou prostituta de profissão...quando decidi? Boa pergunta...acho que aconteceu...a primeira vez nem ia com a ideia de pedir dinheiro...ia apenas pelo prazer...mas acho que ele percebeu mal...deixei ficar o dinheiro em cima da mesa de cabeceira durante dois dias...depois como recebi visitas escondi-o...
Não...Maria não é o meu nome...mas gosto dele, gosto de enrolar da lingua no êrre quando estão quase a explodir de prazer, é a única coisa que peço...que gritem o meu nome...
Deixei o emprego que tinha faz tempo, agora basta-me apenas receber em casa. E se soubessem a procura que há neste negócio ficavam parvos, tal como eu fiquei. Melhor ainda quando se ganha dinheiro a fazer uma coisa que se gosta. Começei por engatar em bares, agora faço o que maioria faz, tenho um anúncio que coloco em vários jornais e fico á espera...por isso saio pouco...apenas o essencial...
Tenho um filho...deverá ter agora que idade? Acho que uns cinco anos...já não o vejo á mais de quatro...deixei-o com os meus pais e todos os meses faço uma transferência bancária para o ajudar a sustentar...nunca soube quem era o pai, algo correu mal numa das vezes em que recebi visitas...mas também...não perco muito tempo a pensar nisso a não ser nos meses em que fiquei sem poder fazer nada...
A minha casa cheira a incenso...gosto de lavanda, baunilha e frutados, mudo os lençois todos os dias e não tenho qualquer espelho cá em casa...incomoda-me olhar para o meu reflexo...para os meus olhos...ás vezes parece que deixei de estar cá dentro para me poder avaliar por fora...
Deixei de estudar cedo...contra a vontade dos meus pais claro...fui caixa num supermercado, empregada de balcão...sim...o meu nome é Maria e sou a prostituta do 5 C...

quarta-feira, abril 20, 2005

O Porteiro

Abro a porta, ajudo com as compras, chamo os elevadores quando as crianças não chegam ao botão, também faço arranjos na canalização, sou o homem dos sete ofícios. Vivo no rés-do-chão esquerdo e sou o porteiro.
Sou porteiro deste prédio desde que se tornou habitado, e isto já lá vão quase tantos anos como os cabelos que já não tenho. Sou sozinho, nunca casei, mas gostava de o ter feito, e talvez ainda o faça um dia... se a dona Margarida quisesse... A Dona Margarida é a senhora que faz limpezas aqui no prédio. É uma mulher jovem dos seus 30 e poucos anos, tem uma filha, a pequena Joana. Não lhe conheço homem, nunca fala do pai da Joana. É dona de um sorriso triste, mas de uma meiguiçe tal que só me apetece apertar-lhe a mão e prometer-lhe uma data de coisas parvas que agora não vêem a propósito desta conversa!
Bem, como ia dizendo, sou aqui porteiro desde que este prédio abriu as suas portas. Lembro todos os rostos, todas as vozes daqueles que aqui viveram, que vivem ainda, tenho ainda cantinhos na memória para os que vão chegando de novo, lembro com saudade os que já não estão, mesmo os menos simpáticos. Eu cá não sou homem de rancores! Já não tenho idade para isso!
Penduro sempre por baixo do bigode um sorriso, um sorriso que por vezes mais pareçe um daqueles sorrisos de plástico comprados na loja dos chineses para o carnaval. Dou os bons dias, mesmo quando de bom nada têm, boas tardes mesmo que estas sejam menos boas, e boas noites, quando já só apetece é deitar o corpo cansado num bocado de cama para amanhã recomeçar tudo de novo.
No fim do dia, desmaio o corpo em cima do sofá, em frente ao televisor mastigando qualquer pedaço de comida fria que tenha sobrado do almoço e que não tenho paciência para aquecer, e vou de porta em porta entrando em cada uma das casas deste prédio, como se fossem todas salas de uma mesma casa de família. Visito pais, filhos, irmãos e avós, primos e tios, tias e sobrinhos. Cada inquilino um parente mais próximo ou distante e apenas de visita. Tapo as crianças que se destapam no primeiro sono; sento-me à mesa para jantar com aquele casal novo; faço companhia à avozinha que fala com o retrato do marido; bebo um copito e rio com as piadas daqueles dois estudantes novos no prédio. No fim, cansado volto para a minha solidão, levanto o corpo do sofá, desligo o televisor que não vi e abandono-me ao sono numa cama que podia ser menos vazia.
Levanto-me cedo, escovo o bigode, penduro o sorriso e lá vai: Bom dia!

segunda-feira, abril 18, 2005

Ora seja bem aparecido!

Ora benvindos sejam. Antes de qualquer coisa, leiam o post anterior para esclarecer qualquer dúvida que possa surgir. No caso de este não ser considerado como suficientemente explicito é favor contactar-me via email, também mencionado no post anterior. Oficialmente, o blog arranca dentro de poucos dias.Abraço


O porteiro

Escrevendo novas histórias a várias mãos....

Neste espaço, gostava que fosse feito algo diferente do que costumo fazer no Escrevo enquanto chove lá fora. A ideia não é nova, nem nada que não tenha já sido feita, mas apetece-me. Surge então este blog, que inicialmente estava reservado para a substituição do escrevo enquanto chove lá fora,mas como nunca o cheguei a fazer, reservo-o para este novo fim. Gostaria de começar um ciclo de histórias escritas não apenas por mim mas por todos aqueles que desejassem participar.A forma de participação é simples. Imaginem-se num prédio, habituando uma das suas parcelas. Criem uma personagem, deiam-lhe vida, corpo, voz, e tudo o mais. Façam com que ele/ela/eles/elas falem de si, falem de quem são do que fazem, do que querem, das suas tristezas, do que lhe(s) provoca(m) uma lágrima ou um sorriso. Deiam-lhe um nome ou então algo do tipo o vizinho do 1º dº, como quiserem. Criem uma ou várias vidas e deiam-lhe uma casa neste prédio. Com o passar do tempo, os vizinhos começarão a cruzar-se nas escadas, no elevador, à porta do prédio, na rua. Surgirão novas histórias construidas por cada um de vós e também por mim assentando nhum conjunto de relações virtuais entre os habitantes do prédio, mas tudo a seu devido tempo. Primeiro precisamos de habitá-lo.Ora bem, creio ter sido o mais explicito possível. Se assim não o acharem, poderão entrar em contacto comigo, ou seja o Porteiro, via email: filipecout@gmail.com.
Abrem-se as portas nos próximos dias.

abraço a todos


O Porteiro