sábado, setembro 17, 2005

Tempos de adaptação...

Tenho aproveitado estes últimos dias para sair por aí, conhecer as redondezas. Ainda me faz um bocadinho de confusão ver raparigas de mini-saia, pares de namorados a beijarem-se abertamente em público.. Mas enfim, estou cada vez mais habituada!!! Começo até a questionar a minha fé, Ala... ele não permitiria que a mulher seja tratada como é no Islão!... Enfim... pensamentos!!

Ontem quando vinha a entrar em casa, cruzei-me com o rapaz que mora ao meu lado. Perguntou-me polidamente como me chamava, disse-lhe o meu nome e creio que ficou um pouco espantado. Tenho-me vestido como uma ocidental (usando saia, porque ainda me parece um pouco errado usar calças, não sei.. já nem sei o que acho certo ou errado) e como tenho a pele clara, deve ter pensado que eu era daqui. Não estou certa disso. Cumprimentou-me com dois beijinhos na cara (algo impensável na Índia) mas não me retraí, sei que não é por mal!!!
- Então e a Mohini é de onde? - perguntou ele.
- Sou indiana, mas já estou em Portugal há uns meses, podes tratar-me por tu, devemos ter a mesma idade.
- Queres entrar para comer qualquer coisa? Moro aqui ao lado e agora fiz um intervalo nos estudos! Estudo Medicina.
Fiquei assustada!! Sozinha para casa dele???
- Gostava de ser médica, os médicos são muito bons e ajudam muita gente... mas não tenho estudos para isso. E obrigada, mas já estava a ir para casa. Talvez noutro dia.
Ele olhou para mim um pouco desapontado, depois sorriu-me outra vez com aquele sorriso maldito... Virei-lhe as costas e entrei em casa tão rápida como uma flecha...

Agora parece-me uma atitude idiota. Aqui no ocidente é normal as pessoas estarem juntas sem os pais a observar e sem que seja preciso casar... Ele deve ter ficado a pensar lindas coisas de mim!!!...

Cruzei-me também com a Senhora Margarida, a porteira aqui do prédio. Sorriu-me e disse-me abertamente que eu era muito bonita. Quem me dera que as pessoas não vissem aquilo que sou!!!.. Às vezes ainda tenho tanto medo!!!
Com o tempo espero conseguir ultrapassar isto, espero conseguir amigos!!

Continuo à procura de emprego!

12 comentários:

Leonor C.. disse...

Nunca ouviste dizer que mais vale prevenir que remediar? Pois então cuidado com o ocidental! Eles sabem muito...

Drifter disse...

Lool! O ocidental referido tem namorada. Mas nunca se sabe o que pode vir a acontecer... ;)

Drifter disse...

Eu acho que a ideia da Inês é excelente! A beleza da Mohini propicia-se muito para esse tipo de trabalho!

Beijos,
Mário

Anónimo disse...

Não entendo! Sou leitora assidua do vosos blog, e não percebo , como é que uma moça que foi violada, queimada com ácido, e afastada da familia tem este percurso. Ela não deveria estar com sequelas fisicas? e sendo violada e tendo perdido um filho...
Peço desculpa, pela intromissão, mas acho estranho. Conheço um pouco da cultura indu, e esta personagem não se enquadra minimante. Tentou dar um ar dramático, mas não lhe deu conteúdo.

Anónimo disse...

poiz... E como é que sabes escrever tão bem português? és um caso de superdotação linguistica?

Drifter disse...

É isso mesmo, Mohini! Eu não teria explicado melhor!

maresia disse...

E qual é o grau de importância de alguém que nem tem coragem de se identificar e vem debitar bitates que nem sequer são minimamente construtivos?!? Moh! Todas as experiências porque passaste só te podem ter tornado uma pessoa mais forte! E melhor! E mais atenta aos outros! E a tua beleza, que ainda não conheço pois ainda não nos cruzámos nas escadas, só pode ser das mais belas, daquelas que vêm de dentro e que se exprimem de uma forma exótica.

Gosto muito de ter aqui no prédio alguém de outras paragens, alguém que esteja fora desta sociedade, tal como eu estou, por razões completamente diferentes mas que podem, quem sabe, complementar-se. Força Mohini e, acima de tudo, nunca respondas a quem não merece o teu respeito.

Anónimo disse...

eu gosto da Mohini... :)
com o tempo livre que tenho há espaço para uma boa conversa! :)

Rita (3º dto)

Anónimo disse...

Maresia, isto é publico! E que eu saiba, existe um artº qualquer que defende a livre expressão, ao contrário da prepotência que demonstra.
Voltando ao assunto que realmente interessa que é o post. Esta história não tem pés nem cabeça. Muito romance à mistura, e pouca cultura... lamento, mas é a verdade.

-“A minha mãe sempre me deu banho com leite de cocô, para manter a pele branca. Nunca me deixou apanhar sol.”

Vivia num aldeia; era pobre; e como prémio, era tratada tipo princesa?


- “ou de uma casta baixa, mas a minha beleza, dizia a minha mãe, ia-me proporcionar um casamento com um homem de uma casta superior e eu ia ser muito feliz e ter tudo o que nem ela nem as minhas irmãs iam alguma vez ter!”

E o dote? A mãe deveria ser imensamente feliz! Na Índia, existe a mesma politica que na china, só que não está legislada. Nas aldeias, as famílias tentam ter o menos numero de filhas possível, porque estas não lhes trazem proveito.

- “Nesse mesmo instante, regou-me com aquele líquido frio.(…) O meu pai acendeu um fósforo e atirou-o para os meus pés. Gritei e consegui fugir das chamas. Tinha os pés em fogo mas consegui correr. Acordei num hospital.”

Regada com gasolina e só atacou os pés? Estranho… e a família não a perseguiu? Deixou-a ir, assim sme mais nem menos?
Então vou contar-lhe um pequeno relato. Há uns atrás, deu na Tv um documentário sobre estes casos, de meninas que eram queimadas para serem "castigadas". Normalmente, elas são emuladas, e na grande maioria dos casos, a primeira coisa que se tenta retirar, é a maldição da beleza, ou seja, o seu rosto é destruído e marcado. Mesmo se voçê queimasse somente os pés, levaria anos a curar as sequelas.
E aqui minha cara, teria uma boa história. Se explorasse este lado, e não tivesse sempre a referir a beleza, paragrafo sim, paragrafo não. Isso sem duvida torna a sua personagem fútil e chata!

Não vou voltar a perder o meu tempo a ler os seus textos. De todo o blog, só existem duas ou três personagens que realmente interessam.

maresia disse...

Mohini, vivemos num prédio virtual, os factos aqui valem pelo que nós quisermos...

Gostaria de te levar um dia ao Mar. Mostrar-te mais uma realidade... ou mais um mundo de fantasia. E até poderíamos ir à pesca da Lula num dia errado, quando a Lua, por exemplo, estiver cheia e as Lulas não picarem. E em vez de toneiras, podíamos levar redes. E podiamos ir de dia... Podemos divertirmo-nos mesmo que seja impossível pescar Lula num contexto destes...

Heavenlight disse...

Bem, mas que confusão reina aqui!!!
Antes de mais, quero dar as boas-vindas à Mohini. A tua história baseia-se de facto em testemunhos reais (c.f. Queimada Viva) e tem valor por focar o problema das mulheres na Índia, e por isso quero dar-te os parabéns.
Em segundo lugar, segundo a minha opinião, este é um espaço público, de partilha e aberto a críticas que se possam de qualquer forma contribuir para a sua - nossa - evolução. Efectivamente, uma crítica é recebida de forma mais positiva se assinada; no entanto, penso que não devemos encarar uma crítica anónima como uma ofensa pessoal e sim tentar compreender o que é que a motivou e se tem ou não fundamento.Esta é também uma forma de nos auto-avaliarmos e de nos permitirmos crescer enquanto escritores e enquanto seres inseridos numa sociedade.
Quanto à crítica em si, penso que deixou de ser construtiva a partir do momento em que afirma "E como é que sabes escrever tão bem português? és um caso de superdotação linguistica?
" e "Não vou voltar a perder o meu tempo a ler os seus textos". Beijos para todos*
Luana

Drifter disse...

Pois bem...
Mais uma vez deparo-me com um blogger que se acha um iluminado e que pensa que todos se devem submeter às suas perfeitíssimas ideias.
Senhor(a)(es)(as) Anonymous (seja lá com quem eu estou a falar...), nós, moradores deste prédio, ficamos muito agradecidos pela sua visita e tentativa de melhoramento do blog com as suas críticas (contrutivas?...). Tem todo o direito de expressar a sua opinião e, tem igualmente o direito de não as assinar (são permitidos comentários anónimos por alguma razão). Não escondo que preferia saber a quem me dirigir, mas não o julgo por isso.
Considero que deveria ter mais respeito pelas pessoas que fazem parte deste projecto. As pessoas por trás das personagens que vivem neste prédio não escrevem só por escrever. Aqui contam-se histórias com fundamento. Se a Mohini disse que se baseou em factos reais, não sei porque continua a insistir em questionar isso. Nem sempre as coisas ocorrem de uma forma predefinida.
Mas não me vou dar ao trabalho de racionalizar uma explicação contra as suas críticas. E não me dou a esse trabalho, principalmente devido ao tom em que proferiu aquilo que tinha a dizer. Até parece que alguém o atacou directamente. Que eu saiba, ninguém o insultou, portanto acho que pode usar de algum bom senso na maneira como diz as coisas. O respeito mútuo é fundamental para que todos nos entendamos. Ninguém vai ouvir aquilo que tem para dizer se continuar a escrever no mesmo tom arrogante.
Se gosta do blog, é muito bem-vindo em cada uma das suas visitas, mas agradeço que respeite as pessoas. Se não gosta do blog, tem bom remédio: saia pela porta por onde entrou.
Os meus sinceros cumprimentos,
MrX