domingo, setembro 04, 2005

Vou tirando fotocópias e vou pensando em ti.

Estava com a telefonia no on e bateu-me esta frase. Digo a telefonia no on porque era apenas isso que estava. Um som de fundo que nem sabia bem se era ou não era. Telefonia on e eu off.

Às vezes coisas tão simples dizem tanto... É isso mesmo, desde a minha última partida, sinto-me um pouco assim, a tirar fotocópias da minha vida, dia após dia, e a pensar em ti. As fotocópias não acrescentam nada. São fotocópias, como o próprio nome indica. Vou colocando ao meu alcance imagens de vários tempos. Tempos em que sair para o Mar era simplesmente sair para o mar. Uma coisa natural e sem qualquer tipo de mensagem escondida. Agora quando saio, saio em fuga. Saio quando perco as rédeas a este sentimento, saio quando te fazes maior do que eu em mim. Saio fugindo do medo da verdade suprema da tua existência.

É tão mais fácil embalar o marinheiro. O canto da Sereia não leva a nada. Leva só ao fim em si. É um chamamento enlouquecedor mas que se acaba no momento em que se realiza. É tão mais fácil ser o marinheiro. Ceder a esse som, forte e destruidor, seguí-lo, realizá-lo, destruí-lo. Viver e acabar em cada etapa.

Chamas por mim e eu gosto. Mas não me destróis depois. O teu grito atirado ao vento que me enfuna as velas, retira-lhes também a força para seguirem em frente. Chamas, vou! Gritas, vou! Cantas, vou... e chamas e gritas e encantas e quando vou não acaba. Perdura neste infinito que não conheço.

E que me assusta. Muito...

Diz-me, em que piso moras? Só te vejo sair rumo ao carro, cedo pela manhã!

4 comentários:

Drifter disse...

Elá! Que grande paixão que vai aí! Hmmm... Quero ver isso a desenvolver-se! ;)

Beijo,
Mário

Anónimo disse...

Já tou como o MRX "elá!" temos paixão...
o prédio tá a ficar "on" :)

Heavenlight disse...

Que bom! Cheirinho a paixão, a pensamentos sonhadores, às (in)certezas do coração! Onde é que isto irá dar?

maresia disse...

irra! mas ca ganda confusão que por aqui vai! Eu não sou nem porteira da minha porta, quanto mais dum prédio inteiro! Como vou saber a porta de quem quer que seja se raramente me mistura com as gentes de terra... eu só sei que o vejo e nem sei porque me puxa... olhei um dia e vi! o que nele vi não sei, apenas sei que nunca aquela imagem voou de mim...