quarta-feira, julho 13, 2005

Noite de Festa

Por agora, acabaram-se as avaliações… Mais exames, só em Setembro. Os meus colegas resolveram festejar o seu sucesso em Faro. Convidei a Liliana para vir comigo. Inicialmente, ficou relutante com a perspectiva de pedir aos pais para ir, mas acabou por dizer-lhes que ia dormir a casa de uma amiga. Meti-me no carro com ela e rumei ao Algarve.
São três da madrugada… A discoteca está cheia! Música techno… Luzes que dançam em contacto com o fumo libertado pelos cigarros e por outras substâncias “fumáveis”… Tenho sede… Apetece-me um vodka, no entanto, sei que vou ter de conduzir ainda hoje, portanto peço um sumo de maracujá. A Liliana não me parece muito animada. Enquanto espero pelo sumo, vejo um rapaz que cambaleia chegando-se a ela. Discretamente, aproximo-me dela e afasto-a dali. Aproximo a minha boca do ouvido dela e tento colocar a minha voz acima das batidas da música, perguntando-lhe:
— Estás cansada? Queres ir embora?
Ela olha para mim como que a pedir desculpa e acena que sim com a cabeça.
Bebo o resto do meu sumo e dirijo-me com a Liliana para a saída da discoteca. Entramos no carro e ela agradece-me, depositando um beijo suave sobre os meus lábios. Sorrio, insiro a chave na ignição e digo-lhe que também não estava a gostar do ambiente.
Meto o carro pela auto-estrada rumo a Lisboa. Olho para o meu lado direito… A Liliana dorme… Fica tão bonita a dormir!... A cabeça ligeiramente descaída para a esquerda, os seus belos olhos fechados e os seus lindos cabelos castanhos a taparem um pouco da sua bochecha direita. Podia ficar eternamente a olhar para ela… Viro-me para a frente e continuo a conduzir calmamente o meu Opel Corsa em segunda mão.
Vejo um movimento estranho à minha frente… Esfrego os olhos para ver melhor. Aproxima-se velozmente. Subitamente apercebo-me do que é! É um carro de faróis apagados que circula direito contra mim! Travo a fundo e dou uma guinada para a direita! O carro derrapa e eu viro tudo à esquerda para tentar compensar… Perco o controlo do carro… Sinto o carro a capotar. Enquanto estou ali às voltas tudo parece passar-se em câmara lenta…
Sinto uma pancada na cabeça…
Escuro…

5 comentários:

Anónimo disse...

Tenho que saber como estás!!!

Rita

BlankPage disse...

Agora é que nos deixaxte preocupados...

Drifter disse...

Mensagem para os inquilinos:

Eu encontro-me relativamente bem. Desmaiei com a pancada na cabeça, mas não sofri mais que uma luxação no braço direito e uma fractura na perna esquerda. Fiquei internado no hospital e vou ser operado à perna ainda não sei quando. Quanto à Liliana, encontra-se numa árdua luta pela vida! Está em coma e tem um grande edema (inchaço) na cabeça. Sinto-me mesmo culpado pelo estado dela! Sempre que posso, fico com ela e espero que ouça as minhas palavras. Os pais da Liliana estão cá no hospital e os meus pais também vieram. Os pais dela quase não me olham e não me dirigem a palavra. Não os censuro...

Mário

Drifter disse...

Oh pá, mar! Não quis que começassem a inventar coisas a nosso respeito! Ainda diziam que a gente tinha morrido e, assim estragam-me a história. Eu não era para desvendar mais coisas, mas não gosto de rumores... :)

maresia disse...

tem piada esta coisa de ver tudoi em câmara lenta naqueles instantes. é como ver passar a vida num fragmento de segundo quando a morte se abeira de nós. já estive enlaçada com as duas situações, uma capotamento e uma quase fuga à vida. não me lembro de nada disso que dizem que acontece... lá estou eu a querer ser diferente.